NOSSA MISSÃO

Anunciar o Evangelho verdadeiro e fazer discípulos de Jesus Cristo, visando a restauração da pessoa 'por inteiro'.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A História dos Batistas No Ceará








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Uma história esquecida no túnel do tempo relatada pelo missionário
Burton Wolf Davis, nos apresenta uma nova versão para chegada do Evangelho
no Ceará. Conta-se que entre os anos de 1650 e 1700 um holandês, conhecido
como pertencente da “seita protestante”, tido como herege, chegara a Fortaleza
anunciando o Evangelho. Mesmo que hoje não saibamos fatos concretos sobre
este episódio, é de grande valia citá-lo. 
Mas, segundo Reis Pereira, em seu livro: O Apóstolo da Amazônia (1963),
em meados de 1908, Eurico Nelson após ter concluído sua série de pregações no
Piauí, foi enviado para o Ceará, especificamente na cidade litorânea Camocim. 
O missionário despertou a atenção do povo e a ira do padre local. O líder
católico começou a espalhar boatos dizendo que os protestantes insultavam a
mãe de Jesus e os bons católicos não poderiam ouvir tal mensagem. 
Certa vez, na casa de um parente daquele que o enviou para àquela
missão (Hastimphilo Serejo), ele começou a anunciar o Evangelho, e as pessoas
paravam para escutá-lo. Quando  uma multidão se formou, Nelson anuncia o tema
da Mensagem: “Maria, Modelo de Mulher Cristã”,. Todos ouviram o sermão e em
nada se sentiram ofendidos. Os líderes religiosos da cidade contrataram
capangas, arranjando  pretexto para provocarem confusão. A cidade ficou abalada
com tais acontecimentos, de tal modo que as autoridades obrigaram Nelson a sair
da cidade com o intuito de evitar derramamento de sangue.
Nelson, no entanto, segui para Fortaleza, onde começou um trabalho
pioneiro, onde batizou e organizou a 1ª Igreja Batista de Fortaleza, em
14/11/1908, tendo como pastor Firmino Alves. Após a organização da igreja,
Nelson volta para o Amazonas onde mais adiante segue para a América do Norte,
em Agosto de 1910. Não se sabe porque, mas até hoje não temos a continuação
histórica desta igreja. 
Conforme o documento histórico redigido pelo Pr. Burton Welf Davis,
constante nos arquivos da Primeira Igreja Batista de Fortaleza, informa que: em
27/12/1924 fora organizada em Fortaleza a 1ª Igreja Batista do Ceará. Essa




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também por motivos desconhecidos deixou de existir. A atual Primeira Igreja
Batista de Fortaleza foi organizada em 10 de agosto de 1930.
Durante as décadas de 1930 e 1940 o trabalho batista no Ceará organizou
na capital três importantes igrejas, a saber: PIB de Fortaleza; Segunda Igreja
Batista de Fortaleza (Hoje Igreja Batista de Monte Castelo) e a Igreja Batista de
Porangabussu; e duas no interior  a Igreja Batista de Aracati e s Igreja Batista de
Sobral. Essas igrejas e outras do Estado do Piauí organizaram a Convenção
Batista Piauí – Ceará. Logo depois os cearenses desmembraram-se e
organizaram a Convenção Batista Cearense, em 1956.


PIB De Fortaleza


No inicio desta igreja ela não era conhecida como PIB de Fortaleza
(Primeira Igreja Batista), e sim Igreja Batista de Fortaleza, localizada num pequeno
salão a dois quarteirões na estação do Bonde, na rua Joaquim Távora. A igreja
era dirigida pelos irmãos Manoel Messias da Silva e Raimundo Benício Ferreira
Lima. 
Entre alguns membros foi proposto que o irmão Manoel Messias, fosse
ordenado pastor da igreja. Embora não tivesse formação teológica era um
excelente obreiro. Já outra parte da membresia divergia quanto à ordenação do
irmão Messias. A situação ficou complicada, e a igreja preferiu chamar o
Missionário João Adisson Tumblim, missionário da missão de Richmond, na
cidade de Natal/RN. Tumblim chegou a Fortaleza no dia da assembléia e trouxe
consigo um pastor chamado Anísio Lira.
Na sessão não havendo entendimento e o missionário percebendo não ter
logrado êxito, encerrou a sessão com a seguinte proposta: “Quem for a favor de
Manuel Messias, não venha à noite. Quem for a favor do Pr. Anísio Lira venha à
noite”. 
Os irmãos a favor do Ir. Messias, não compareceram o culto à noite. Desta
cisão foi gerada a 2º Igreja Batista de Fortaleza (Hoje Igreja Batista de Monte
Castelo). 







Igreja Batista De Monte Castelo


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“A Primeira Igreja Batista de Fortaleza e a Igreja Batista de Monte Castelo,
são filhas da mesma placenta: da Igreja Batista de Fortaleza”. (Pr. Antônio Carlos
Portela Ramos)
Como vimos, a Segunda Igreja Batista de Fortaleza, surgiu de uma divisão
da Igreja Batista de Fortaleza, no início da denominação do Estado. Os irmãos
que ficaram com o obreiro Messias, realizavam  seus cultos na Rua Dona
Leopoldina, que após seis dias de trabalho o grupo resolveu se tornar numa igreja.
Organizaram assim a Segunda Igreja Batista de Fortaleza, que teve como seu
primeiro pastor, Manoel Messias da Silva.
No ministério do Pr. João Batista Martins de Sá, a igreja começou a se
expandir nos bairros circunvizinhos, fundando assim a Congregação Batista
Carlito Pamplona, que mais tarde tornou-se Igreja Batista Carlito Pamplona, hoje
chamada Igreja Batista Aliança em Carlito Pamplona. 
No dia 13/09/1964, foi mudado o nome de Segunda Igreja Batista de
Fortaleza, para Igreja Batista de Monte Castelo. 


Igreja Batista Porangabussu


A Igreja Batista de Porangabussu, na sua origem teve ligações com a
Igreja Cristã Evangélica, que era assistida pela Missão Batista Americana –
denominada MID – MISSION. A congregação teve início em 1943 com a EBD –
Escola Bíblica Dominical. E em 1944, no dia 13/04, foi organizada igreja tendo
como Pastor o Missionário Percy Bellah. 
Logo após a saída do missionário, em 1964 o Pr. Samuel de Aguiar
Munguba assume o trabalho e Samuel Aguiar Munguba Júnior, assumiu o
pastorado em 1986.
No ano de 1995 a Igreja Batista de Porangabussu solicitou o desligamento
da Convenção Batista Cearense por questões de ordem doutrinária.













O Campo Batista Cearense Na Atualidade


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O Campo Batista Cearense hoje está dividido em duas Convenções. São
elas: A Convenção Batista Cearense (CBC) e a Convenção das Igrejas Batistas
Unidas do Ceará (CIBUC).
A Convenção Batista Cearense possui atualmente 75 (setenta e cinco)
igrejas e 80 (oitenta) congregações, o Colégio Batista Santos Dumont (Sede),
Colégio Batista (Anexo Edson Queiroz), Colégio Batista (Natal – Rio Grande do
Norte), o Hospital Batista Memorial, a Livraria Batista Cearense (Libace), o
Conselho Coordenador com a Junta de Missões,  a Junta de Evangelismo e o
Seminário Teológico Batista do Ceará. (História dos Batistas no Ceará, pág 477). 


A nova Convenção, no caso a CIBUC, já avançando em passos longos na
evangelização do Ceará, tendo como foco principal à obra missionária, em dois
anos de sua existência já foram abertas 06(seis) frentes missionárias no interior,
que são: São Benedito, Reriutaba, Guaraciaba do Norte, Ipu, Ibiapina e Varjota.


Colaboração: Márcio Paulo Pinheiro Nobre




BIBLIOGRAFIA


PEREIRA, José dos Reis da Silva.     História dos Batistas no Brasil. 3º Edição
ampliada e atualizada – Rio de Janeiro: JUERP, 2001, 400p.

NOGUEIRA. Raimundo Frota de Sá.      Os Batistas no Ceará. Fortaleza: Setor
Gráfico do Colégio Batista Santos Dumont, 2003, 484p. 

terça-feira, 13 de julho de 2010

O NOME BATISTA

O nome Batista, o que isso significa?

CHARLES W DEWEESE
Diretor Executivo da Sociedade de História e Tradição Batista

Por volta do ano 1600 os Batistas receberam seu nome por meio da prática de batismos por imersão. Esta prática contrariava diretamente a alma e o coração das igrejas estatais da Inglaterra e da colônia americana (atuais Estados Unidos da América) que praticavam o batismo infantil.

Assim sendo estas igrejas estatais perseguiram os dissidentes batistas de forma severa.

Os batistas não entraram na história da humanidade com uma inócua fé alternativa. Entretanto eles marcharam para as prisões de 1600 defendendo a liberdade religiosa para todas as pessoas. A defesa contínua de liberdade de batismo e da fé fez do nome Batista um modelo respeitável de fé para os dias de hoje.

O nome Batista, no sentido mais significativo, descreve um movimento, não uma denominação. Denominações, com estruturas e teologias variadas vão e voltam, e constantemente mudam. O movimento Batista, baseado em valores bíblicos surgiu há 400 anos, cresceu em meio a crises e controvérsias e se consolidou como uma opção viável de expressão de fé cristã no século 21.

O nome Batista representa uma poderosa relação de valores do movimento Batista:

* Batistas defendem uma sólida afirmação do senhorio de Cristo;
* Eles vêem a Bíblia como única autoridade escrita;
* Eles defendem a liberdade de religião e a separação entre Igreja e Estado;
* Eles insistem no batismo somente de pessoas decididas;
* Eles defendem uma Igreja composta de pessoas regeneradas e batizadas;
* Eles enfatizam o caráter ministerial de cada fiel;
* Eles apóiam dissidentes quando necessário;
* Eles tocam os sinos da liberdade em favor dos oprimidos;
* Eles pronunciam justiça contra a violência;
* Eles clamam por integridade contra as invasões do secularismo;
* Dentre outras coisas...

Entretanto não vamos nos iludir. Hoje o nome Batista incluindo a luta e a relevância da história Batista enfrenta sérios desafios. Alguns exemplos incluem:

* FUNDAMENTALISMO, com sua rigidez doutrinária, espírito exclusivo e oposição à ordenação de mulheres ao ministério pastoral;
* A remoção da palavra Batista do nome de muitas Igrejas;
* A corrupção da liberdade acadêmica na educação teológica;
* Falha de pastores em enfatizar a herança e a contribuição Batista;
* Etc.

O nome BATISTA continua tendo significado. Mas continuará tendo significado no futuro?



Texto traduzido e ditado por Fábio Aguiar Lisboa. Jornal Batista, domingo, 12/07/2009 – página 09. Colaboração da Pastora Diana Flávia Cavalcanti – PIB Juripiranga-PB.